omnia vincit amor
é brisa é eco raiz lamento
e no entanto não chora nem ecoa
antes ruge e troa tão pungente
tão indefinido quão incerto e transparente
que não é chuva nem é fogo nem é vento
é antes e tão-somente uma furtiva lágrima
um sentir de poeta um reflexo de luz intenso
tão demorado tão oculto e tão dolente
e é de tal forma e de tal sorte tão premente
que ressoando clandestino pelo peito
sentindo-se contudo não se sente
e ardendo todavia não se extingue
Nota: o título do meu escrito, "omnia vincit amor", foi retirado do verso 69, da Écloga X, de Virgílio.