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“Jupiter and Juno”, from “The Loves of the Gods”,
by Annibale Carracci (1560-1609)

à deusa juno

em ti, bendita juno,
a consagração do mês das regas e das colheitas,
a que concedeste a nobreza do teu sacro nome.
um mês de solstício, de casamentos e namorados,
de suculentos frutos e legumes,
de santos populares e fogueiras,
mês da foice em punho
e do flavo trigo nas eiras.

é este o teu mês,
divina juno,
e nele quero relembrar
e honrar o teu bom-nome
e deixar o meu testemunho.

belas e rociadas de plenitude
as noites e as antemanhãs
que nos concedes na quietude dos dias.

na beleza dos teus olhos,
a embriaguez azul
da infinitude dos céus,
a mesma luz que ofusca e inebria
os humanos e os deuses.

em teus purpurinos lábios
o incitamento ao beijo.
no teu corpo divino
o amor, o desejo, a beleza,
a força feminina
que gera a vida
e canta a natureza.

zelosa em teu himeneu com júpiter,
único no olimpo,
proteges, na tua graça,
como se fora teu,
o casamento de todas as mulheres,
que acolhes e amparas no teu coração.

a ti, deusa da maternidade,
elevo a minha voz e o meu olhar
e ofereço,
na modéstia dos simples,
o meu humilde verbo.

a ti, juno - ou hera -
rainha dos deuses
que cintilante nos surges
na tua clâmide de oiro e estrelas,
ergo a minha taça de vinho romano
- ou grego, tanto faz!–
e brindo à tua pureza,
à tua sensualidade,
à tua excelsa beleza,
na infinidade do olimpo arcano
de onde sopram os ventos da paz
e onde tudo é claro e exacto
e imponente e não efémero,
porque divino, e não humano.

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