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Saudade





No calor do sul
que ateia a fogo e sal
a minha mente
o sol funde-se em chamas
de mourisca cal
nas chaminés e açoteias.
Eterna e sem calendário
a minha saudade
vagueia com as verdes algas
no aquário azul das praias
enquanto o oloroso galerno
agita, na sua linguagem breve,
as leves folhas das olaias.


Amargos são os dias
longe dos teus olhos.
Falo contigo
e procuro-te
num sonho prodigioso
que corre do sul
para verdes soutos
em terras quentes
de glaucos ouriços,
esses ciosos guardiões
dos castanhos veludos
que penetram o matiz dos poentes
dos meus desejos mudos.


O teu divino rosto
surge da perfumada neblina
e queda-se numa lua de Agosto,
cálido, como a semente
que germina no trigal
da terra ardente.


Gravado a letras de ouro
na minha mente,
o teu nome.
Reflectidos na cerúlea imensidão,
os teus doces olhos.
Trazida pela aura matutina,
a tua voz maviosa.


Sonho poemas
em bálsamos de castas lágrimas,
na pureza das gemas
que ornam o teu colo,
meu sobretudo, meu abrigo,
onde na minha solidão
me quedo e me consolo,
não a solo, mas contigo.




12FEV2003



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