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R. Sakamoto – Merry Christmas Mr. Lawrence


É Natal, e no entanto…



Ah, pudesse eu ser início,
a chuva, o vento, o breve relâmpago
ou a resplandecente alvorada
de onde brotam todas as coisas!

Ser talvez um reflexo de tempo e de sol
sobre a vertigem da gota de orvalho
que cintila sobre os espelhos da madrugada.

Ser a ponte pênsil sobre o vazio
ou porventura a quietude indecisa do nada.


Ah, pudesse eu ser a palavra
ou o sinal do vento estranho
que escolta a ave que no outono emigra
num rumo de primaveras e árvores verdes
numa façanha irisada de infinitos!


Ah, pudesse eu entrar pela estrela de alva
e ouvir a tua voz nítida e doce
pairando sobre a quietude do solstício
num anúncio de aconchego e de Natal!


Ah, mas não sou,
não posso ser,
nem ouço a tua voz…
e assim me calo.








Não obstante...


Há algo de diferente
no círculo luminoso do Natal.
Algo radioso e belo
que, furtivo, se insinua
num despertar tranquilo e sem lamentos.
Como se as estrelas embutidas no firmamento
até nós descessem, inconscientes,
para fazer parte da nossa carne e da nossa mente.


(Como se desde sempre nos pertencessem)