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Pássaros cruéis


Green Day – “Wake Me Up When September Ends”







Pássaros cruéis


Um fluxo de dólares e de sangue
jorrando sobre a Mesopotâmia.
Um sino de fogo embutido nos umbrais do deserto.
E a fúria insana.
O crude golfando sobre o equinócio
num concerto de cinzas e de morte.

E há falcões.
Falcões que dançam e pairam sobre os soluços
do amanhecer sangrento.
Talvez abutres.

Cascatas de fogo, favilas calcinadas,
estilhaços, gritos, pedaços de argila.
Não há palavras. Apenas bombas e armas
e a morte galopando sobre as cidades.

Breve, um talismã tomba sobre o asfalto.
Um turbante esvoaça, branco,
sob o luar negro de fumo.
Calou-se a flauta de vento
que flébil gemia sob a tamareira.
Eternos e piedosos, a Lua e Vénus
velando a morte.

Cessaram os sorrisos no país de Aladino.
Sangue e lágrimas, apenas.
Um sem-fim de covas e cemitérios e morte.
A face lúgubre e sombria do fim.

Onde as crianças acordadas
no seu sonho peregrino?
Onde o berço da civilização? Onde a justiça?
Onde Babilónia, a dos Jardins Suspensos?
Onde as palavras que brotaram da argila?
Onde a água de sonho do Tigre?
Onde os pássaros voando na brisa levantina?
Onde as chispas de oiro e prata
das águas de espelhos do Eufrates
ora tintas de sangue?
Onde a mulher que embalava no berço
o seu menino de olhos de mel?
Onde o menino?
Onde a Babel?

A coberto dos ventos de opróbrio e azeviche,
nabucodonosores de barro tombam
-outros elevam-se! -
no resvalo da pedra de Sísifo.
Será tarde, muito tarde,
quando trepidantes de náusea
os corcéis de fogo do Apocalipse
migrarem para o frio
na companhia dos pássaros cruéis.

O verbo distorcido aguarda, receoso,
a frieza invencível da razão clara.
Viscoso e mole o mutismo dos homens
flanqueia a gelatina estática do caos.
Fenece, a pouco e pouco, o país de Gilgamesh.

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(Contador de actualização automática)


Após 5 anos de guerra:


Civis iraquianos mortos, em consequência da guerra:

desde 19MAR2003 até 25MAI2008, entre 84.050 e 91.713, segundo o Iraq Body Count;

654.965, segundo a prestigiada revista médico-científica britânica The Lancet, de 21OUT2006 (número de mortos calculado até 30SET2006)

Entretanto, segundo a CNN, as baixas das forças invasoras elevavam-se, em 23MAI2008, a 4.391 mortos (4.079 militares norte-americanos e 312 militares das restantes forças da coligação).

Militares norte-americanos feridos (até 23MAI08): 30.112 (fonte do Pentágono, segundo a CNN)


Morreram no Iraque 123 jornalistas, desde o início da guerra até 19MAR2008.,

Não são conhecidas as baixas das forças de segurança do Iraque bem como as dos chamados “rebeldes”.


"O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons."
Martin Luther King


Fontes:
http://www.iraqbodycount.org/
http://edition.cnn.com/SPECIALS/2003/iraq/forces/casualties/
http://www.thelancet.com/
http://icasualties.org/oif/

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