Germán Diaz, "Ausência".
que farei das palavras sem o mel
lunar que escorre do teu rosto?
que farei do lume deste verbo
que nasce das pedras pandas
e trepa e viceja e medra como hera?
sim, que farei das palavras em que navego,
sem a simetria da parábola do teu torso?
que farei eu, que sou a assíntota
da hipérbole infinita do teu corpo?
que farei dos violinos de outono
que acordam e soluçam o meu desespero
quando anoiteço à deriva
como um rei sem trono?
que farei nos degraus oblíquos do amanhecer
por entre o zéfiro e o roxo das uvas
no odor morno e agridoce a fruta e a vinho mosto?
sim, quem me vai acordar “when september ends”?
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